quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Todo dia 7 da manhã
As luzes piscam.
Essas duas luzes que iluminam o salão

Gritam cansadas o ritmo do trabalho que ja está feito.
Vai.
Corre livre pelo campo
Puxa a teta das vacas
Arde teu pelo nos corais da enseada!

Observo-te aqui de cima
Não sou Deus.
Se um segredo meu
Fizer de volta um teu
lhe digo:

Aqui em cima
O mundo
É dos números.

Aproveita a dádiva do teu olhar menino
Pois quando chega o inquilino
O demonio da luz negra
Só se faz cobrar as obras.

Ele derruba
impiedoso fugaz e fútil
Tuas lamparinas na noite escura.
Cutuca teu pé no sono
Com a caneta de escrever o mundo.

Menino
Aproveita a indecencia
Das tuas atitudes vãs

Pois um dia ao acordar
Já vais estar velho
Eu noutro lugar e tu aqui no meu

E entao vai aprender que para correr
Terá sempre de desacorrentar
As asas da tua imaginação.

Teu ar
será rarefeito.

E em brasa
Terá de ser feito
Do teu mundo
Mundo vasto mundo
Das estrelas ao último grão no chão

tua casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário