domingo, 20 de março de 2016

No onibus a luz queimada
Denuncia uma Curitiba afogada em sombras

A gritaria ansiosa dos gatos de sexta a noite
É a estreia de mais um capitulo maldito
Em que o mundo acaba em lua nova
Alargado em tempo magro
Nas ruas largas do largo

As luzes da rua passam silenciosas e sombrias
aqui e acolá
Iluminando obstinados detetives
Que procuram  no chão as rachaduras da onde emanam
As erupções da vida

Meio céu
Meia lua
Meia cria
Meia dose
Nos olhos perdidos no espaço tempo do cansaço
Encontro em linhas vermelhas salgadas
Apenas mais duvidas
A cada passo dado.

A vastidão implica em passos curtos vacilantes.
Que seria do mundo sem a coragem da criança?

Forças etéreas que mudam as estações,
abençoa teu filho da filosofia
com a paixão do desabrochar das flores.

O reflexo invertido
de distância dobrada
abre e fecha as obras de meu peito.

O mudo e o surdo
jogam xadrez de luzes apagadas
enquanto a loucura acaricia suas faces com unhas cumpridas e tortas.

Dos cortes vaza sangue azul
Preto
Vermelho
de paixões esquecidas.

Voar e entender o vento...
Onde foi deixada a memória
do mochileiro filho de lobos da estepe?

Vicio
Raiva que consome as lentes de minhalma.
Me deixa fraco a transfusão e hemodiálise dos olhares.

Envolvente
O coração bate soproso e a cada dia
Perco as firmes mãos da loucura lucida.

Salva meus irmãos
Meu Deus através do espelho.