Mando teu convite apenas
com estas observações
para que se vier
venha com o que me prometeste;
traga-me tua pitada de sarcasmo
e um pouco daquele molho de pimentas
cultivadas e preparadas no mais escuro
do teu ser.
traga também um pouco do suor do medo
do repudio baixo
e das vestes negras que usou no velório de teu pai;
traga teus filhos ensacados em ilusão
cheirosos e belos
enfadonhos como o inferno;
traga-me um pouco de tudo
para que possamos cozinhar
uma sopa de condolências amargas
que ficará para sempre apodrecendo no amago dos perfeitos
dos malditos benfeitores
que lamentarão nossa morte
comemorando em tons discretos
em suas casas!
apressa-te!
da-me de comer!
e após nosso roto funeral
alegra-te
pois na morte
nao há mais vida.
sexta-feira, 26 de junho de 2015
segunda-feira, 22 de junho de 2015
como me doi!
caço poemas
nos olhos de cada um
e com olhos de profeta
a reza incerta
me traz em festa
os versos a sorrir
descubro-os
trazidos pelos ventos nas arvores
presos em flores perto da tua janela
numa segunda de tarde quente
descubro depois de pisar numa poça
um verso grudado embaixo do sapato
na chuva que roça
e coça
no inicio do inverno
descubro ao ver um sapo
que sem ser passaro
canta para lua
escondido
perto dos rios
descubro vasculhando os cantos da alma
indo de memoria em memoria
pelos versos que ja vivi
pelos quais muitas vezes morri
as vezes de azul vazio
cubro-me em tristezas
as quais apesar da incerteza
vale a pena olhar
as frustrações
sao os versos de um poema humano
romantico e escorrido
de todo visceral
e agora acho versos
em teus olhos cor de musgo
tom rubro profundo
em si natural
cuidado jovemzinho!
nao vá por essas de viver nas florestas deste mundo
e em si mesmo se perder
ai quantos versos inversos!
sábado, 13 de junho de 2015
A vida
Tem olhos de bruxa.
E assim como joao
voce é alimentado até estar gordo o bastante.
entao a bruxa corta seus dois braços
suas duas pernas
sua cabeça
suas tetas
o pau,
se tiver
e o espirito,
se tiver.
ai ela te joga na porta de alguem
todos os pedaços juntos
e o lixeiro para a transa
para atender a campainha
ele varre seus pedaços
com nojo
pra debaixo do carpete
agora voce vive entre ratos
e nao entende a vida
e de repente sente
que a bruxa e o lixeiro trepam novamente;
eles deitam com esmero
em cima do carpete
e começam a foder incessantemente
o desespero te faz virar
um verme
a rastejar
a desejar
a invejar
um peixe ou escorpiao
isso nao importa mais
da panela a janela
a vista é a mesma
um monte de merda
pro jantar
tela revela vela dalma
as luzes iam subindo
anonimas
de cada carro na estrada.
a vista privilegiada
me lembrou diversas lamparinas vermelhas de natal.
um jardim de amoras luminosas!
muros e cercas compridos
e a fumaça sufocante
do cigarro alheio
o trompete dos anjos
abre a porta do escritorio!
vou direto a fotocopiadora
copio uns versos
me acho no tempo
me perco no tempo
nem tenho mais tempo.
eu perdi a estrada "
e agora me vejo cercado de lamparinas luminosas
fumaças sulforosas.
novamente
me vejo em cima do viaduto
no onibus
minha vista privilegiada
quando vejo esta tela
tudo se apaga
tudo
se arte.
desfaleço
convencido pelo ambiente
a dissipar e desistir
para que tudo enfim
possa coexistir
anonimas
de cada carro na estrada.
a vista privilegiada
me lembrou diversas lamparinas vermelhas de natal.
um jardim de amoras luminosas!
muros e cercas compridos
e a fumaça sufocante
do cigarro alheio
o trompete dos anjos
abre a porta do escritorio!
vou direto a fotocopiadora
copio uns versos
me acho no tempo
me perco no tempo
nem tenho mais tempo.
eu perdi a estrada "
e agora me vejo cercado de lamparinas luminosas
fumaças sulforosas.
novamente
me vejo em cima do viaduto
no onibus
minha vista privilegiada
quando vejo esta tela
tudo se apaga
tudo
se arte.
desfaleço
convencido pelo ambiente
a dissipar e desistir
para que tudo enfim
possa coexistir
sexta-feira, 12 de junho de 2015
poesia do recalque
o mel escorre infame
e toda a atenção preferida
é destinada ao escarro
cinco tragos de amor
fedem ao mais vagabundo dos charutos
falso e ardido diretamente do paraguai
a escuridao revela o tedio e o sono
e nem nessa noite de distancias
se faz o velho amor novo
restos de luz e de sombras
intangiveis no cemiterio das lembranças.
e em tom morbido
o vento uivará mantras de saudosismo
brindemos
a decadencia ingenua irmaos!
brindemos ao dinheiro mais bem gasto
brindemos a doação de orgaos latejando de vida
brindemos!
e sequemos as taças uns dos outros!
e toda a atenção preferida
é destinada ao escarro
cinco tragos de amor
fedem ao mais vagabundo dos charutos
falso e ardido diretamente do paraguai
a escuridao revela o tedio e o sono
e nem nessa noite de distancias
se faz o velho amor novo
restos de luz e de sombras
intangiveis no cemiterio das lembranças.
e em tom morbido
o vento uivará mantras de saudosismo
brindemos
a decadencia ingenua irmaos!
brindemos ao dinheiro mais bem gasto
brindemos a doação de orgaos latejando de vida
brindemos!
e sequemos as taças uns dos outros!
do bueiro vaza o cheiro de cana podre
digerida.
os restos de mendigo estaticos
servem de adubo
para novas flores
a chuva escorre pelo vao meio fio.
o caminhao passa e espirra agua pra todo lado
a velha se molha
e suspira com olhar vago
semibreve e acustico
as saias e os sapatos apressados
juntos as calças
e sobretudos marrons
passam pela minha vitrine
fazendo a primeira sinfonia urbana
da minha ultima tarde insana
digerida.
os restos de mendigo estaticos
servem de adubo
para novas flores
a chuva escorre pelo vao meio fio.
o caminhao passa e espirra agua pra todo lado
a velha se molha
e suspira com olhar vago
semibreve e acustico
as saias e os sapatos apressados
juntos as calças
e sobretudos marrons
passam pela minha vitrine
fazendo a primeira sinfonia urbana
da minha ultima tarde insana
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