segunda-feira, 18 de novembro de 2013

serela

Era uma noite fria
meu barco navegando
lentamente
sobre o oceano

quando no ceu
de repente
algo pouco natural ofuscou a visao do marujos

todos estremeceram
a visao do leu
pensaram Frigga ou Morrigan
pois dois olhos
brilhavam
serenos e poderosos
maternos acolhedores de estrelas cadentes
no ceu

uma musa
bela musa
fez-se entao na calmaria do mar
e com seus cabelos
começou a dançar.

as ondas entrelaçavam seus braços
filetes de agua salgada
penteavam seus cabelos

o mar começou a cantar
seus movimentos
sua sintonia
suas maos
pareciam controlar o oceano.

no barco silencio
extase dos marujos
até que

sucumbiu o primeiro homem
que ousou nadar
para tocar a deusa encantadora

seu capitao
valente glork
deu a ordem a berros desesperados
para que navegassem no sentido contrario

pois diante de seus olhos
impunha-se uma sereia.

a sua pele mistica
de galaxias
cabelos negros
e sombrancelhas poderosas
fez o pobre marujo

se afogar

logo entao seus movimentos aumentaram
o grito dos homens tambem
eram nitidas suas preces a Tyr

seu olhar com pena e descaso
com cheiro de destino
e obstinação
seus braços
agora

agressivos e encantadores
dançaram aquela noite
e sobre o ceu negro
mataram.

Ao fim
melodia serena para a lua
de uma harpa de corais
cantando em um mar calmo
pele agora branca
azul pelo luar
com sorriso malefico

com orgulho de sua magia
sobre aqueles que ante ela
sucumbiram.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Da saga de um sapateiro reflexivo
eis que a escassez
do surgimento de um proposito
o encontra
na forma de um veiculo
de quatro rodas
altamente pesado
luminoso
e rapido.

a morte toma a forma do seu tempo.
Um dia saiu
tentou encontrar no canto do vento nas arvores
sons para seu desespero
trágicamente
conseguiu.
aterrorizado
avistou o ceu vermelho noturno

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Ele costumava sentar-se
todas as noites
a janela
para observar o ceu avermelhado
até que as estrelas o envelhecessem
e ele soltasse um suspiro cansado
mutilado
um grunhido
e fosse deitar.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

seria eu talvez um adjunto complexo de uma segurança onde o que está mais para o por que do que para o ser

Distrair.
Des-trair.

Talvez desviar minha atenção
desse abismo profundo.
Da queda em que vento
passa zunindo meu rosto
de olhos semi cerrados
semi esperançosos.

vejo chuva caindo.
inclino-me para atingir a mesma velocidade das gotas.
é incrivel a beleza.
essa chuva nao tem som
pois nao bate em chao nenhum

mas ao mesmo tempo tem
tem som das ninfas
na floresta
consegue as escutar?
cantando
graciosas

essa chuva tem...
tem varias cores.
azul amarelo
anil
lilas...
as cores que eu desejar

tudo é possivel no cair da alma.

Distração.
Des-tração.

Do atrito deste ar molhado.
dessa escuridao que me acorrenta.
talvez pensar num paraquedas.
sim.
seria bom.

ou... ou uma ave!
um esquilo voador quem sabe
sempre os achei distintos

posso tambem ser uma gota da chuva
de qualquer maneira caio de saudade
de minha mae nuvem
de minhas amigas gotas...
caio em um lago.

meu lago de possibilidades
que talvez seja... ou que sou...
talvez fosse....
espera acho que sou...
acho que sou..!
na verdade sou ora bolas!
sou!
logo sou!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

"pelo resumo da historia de toda humanidade!", ele disse.

reflexão

respiração.

tudo ao seu dispor
e nada.
tens a mania de nao te dar o valor
que tal criatura como tu és rege
dentro de si.

tens o escudo e a espada
tens o lenço e a donzela
mas insistes!
insistes em enterrar com escudo lenço!
e esfaquear espada com donzela!
digo
como donzela
ou
com espada...
ou como quiser.

facil se perder
entre os labirintos das cercas tao vivas!
tao complicado
tao cansativo
tao... deprimente
naquele mundo nada calido.

dificil nao é mesmo?
ter incontaveis batalhas
e estar perdido entre o infimo
e o infinito...
mas nao o sinto.

entao me digas como é!
digas agora como és!
como é SER DISTINTO E TAO GRANDE
naquilo que as maos nao tocam ou tocaram
e os olhos outrora sequer puderam supor!...
                     aquilo que agora          
                                        descansa em marés
                     baixas e insipidas...

COMO É
como podes...
SER POR FORA CRIATURA TAO VIL
POR FORA TAO VISCERAL E ESCROTO
DE NATUREZA TAO AGRESSORA
E DESTRUIDORA
diga-me
como é(s).

A NAO SER QUE NAO POSSAS
ai ja nao passa de um hipocrita
hipocrita este que ja jazia em teu espelho
e agora jaz em teu seio TEU PEITO
tuas maos
tuas maças do rosto
teus cabelos
teu dilema.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Felicidade

É como uma borboleta.
    pode-se ve-la
mas raramente consegue toca-la
    tampouco mante-la.

Tens e logo em seguida
                                    percebes!
a fragilidade de um feto
que em tua posse...
tao breve posse...
                                                    falece.

E entao choras pelo coração
o que nao tens mais
em maos.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

de pele clara

As paredes
                                 Choram.
Os móveis exclamam erudição.

Livros por todos os cantos molhados
                                  por tuas lagrimas.

O abajur aceso em seu quarto
é uma luz fraca
perto da lareira
de agora.

A chama enfim se extingue
                                  por tuas lagrimas
 de outrora.

As paredes choram muito.
Tanto que começam a ruir.
E entao subitamente
                                 não há mais casa
Sua estrutura jaz aos pés de tuas lagrimas.
uma multidao de livros destruidos jogados pelos cantos
descansam exaustos
                              e no centro:
                                              voce.

de roupas claras
frescas
pele fria
branca
fresca
sob a luz azul
duma noite de luar denso e indagador.

feito para refletir
qual livro falta ler
para curar.
teus pés descalsos.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

eucorro

Escorre a chuva la fora
       eucorro dentro
              perseguindo gotas
                 de amor
                      de infancia
                         gotas de lagrimas
                                 e gostos de
sonhos.

escuto a chuva desejando c
                                        a
                                          i
                                           r como ela
e correr suave pela terra
tornando-a de seca
molhada
vivida e vivida
tendo em meus bolsos de magico
truques de sorrisos.
sorrisos serrantes e semblantes
e tendo tambem truques desalmados de desabafos
que d
       e
       s
       a
       BAM de nossa desumanidade gelida....

e ter enfim
em minhas marcas
fendas atemporais de poemas e estrondosos trovoes
de poesias vividas e vividas
da tempestade de vida
que intriga meus
pensamentos
da chuva
    do meu sendo.

Brisa no polo Sul

Levantou-se naquela manha fria
com um calor estranho.
dormira com duas cobertas porem o dia tinha 30 graus
suas roupas eram quentes

saiu pra comprar pao
alargava o cachecol toda hora
"mas por que diabos nao consigo tirar essa roupa"

as meias de lã
o incomodavam
as calças de moleton e camadas de blusa
lhe tiravam o folego

O AZUL DO CEU
nao combinava com
o frio que sua exatidao lapidante de alma

sentia.

Amarelo e Cinza

Se tem algo que eu realmente gosto nessa vida é do meu guarda chuva. Normalmente tudo é tao sem cor: carros CINZA carros pretos, guarda chuvas CINZA, guarda chuvas pretos, sombrinhas floridas porem de cores que parecem terem sido vomitadas e revomitadas varias vezes, para que se adequassem ao CINZA miado dos predios da cidade. Cidade que chora. Chora ao tom CINZA da alma dos homens. Que chora e grita, porem é abafada pelo som de sapatos de salto alto pretos batucando em paralelepipedos CINZA em calçadas mais CINZA pregradas com postes tambem CINZA. Cidade pregada, feito jesus cristo. Acho que o chao sente muita inveja do ceu, azul e bonito, cheio de nuvens querendo viver nele. Enquanto a cidade normalmente atrai sapatos barulhentos e duros, sem ao menos DE VEZ EM QUANDO uma pantufa para lhe dar um tapinha nas costas e um aconchego nos ombros. Pessoas reclamonas nao usam pantufas. Acho que o prefeito da cidade, deveria ser uma criança. Mas uma criança pura e sincera sabe, daquelas que gostam de brincar na grama. Para que ela nao deixasse o CINZA prevalecer sobre todas as outras cores, e fizesse as pessoas sairem mais de pantufa. Para que a cidade tivesse tons mais vivos. Nao tons meio mortos. Ah e meu guarda chuva. Ele é amarelo.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ontem

Acordei hoje
e queria ter te visto como ontem...
Quando te vi ao meu lado
nessa ternura laranja do teu zumbido...

seu sorriso tinha uma cara boa
um calor de sol de manha cedinho
como quem diz pro passarinho que dorme ao ninho

                                                     acorda

entrou
                         escapou com o vento
logo que a lua se foi
                                                           e zuniu minha janela adentro
e la ficou sobre meu travesseiro.

pele em pelo
com tuas belezas iguais as minhas
de joaninhas
de joanas pequenininhas
da dona inocencia de nome essencia
que cresceu e nao    morreu.

tao raro de se ver
como neve no sahara
coração acelera
minhalma nao para...

e depois
num lance de descuido matinal
esqueceu-se de si


e em mim comigo juntos


se perdeu.

domingo, 14 de julho de 2013

sem titulo

Das olheiras negras de meus olhos
A gordura eterea emana
enquanto meu corpo derrete
em puro extase bucolico

mergulho em um mar de palavras
algumas dilacerantes como espadas
outras suaves como um beijo
seu beijo...

ainda assim procuro.

procuro cansado de pernas largas largadas 
 presas em preceitos
        sujeitos
desvencilhando algum preconceito...
procuro o x do mapa
a caça amoitada com

minha bengala de falta de sensatez
companheira amada
que me guia
em que tenho minha esperança dividida...

dividida entre a incerteza da fragilidade de minhas entranhas
dividida entre o afago vivido que me acaricia a face todos os dias
dividida entre a tentação de cair em um precipicio de mesmice
e dividida entre inspiração que sustenta a vida

inspiração que anda pelas guerras
conflitos estradas 
mares e florestas
guiando sempre o cego pobre cego
de maneira cruel
pela intensidade

do olhar

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A menina e sua pipa

A menina e sua pipa
tinham uma historia juntas
pois os 7 mares ja desbravaram
e foram pirata e papagaio

A menina e sua pipa
dormiam juntas
pois no escuro sonhavam
com suas longas e coloridas fitas

A menina
de pés descalços
camiseta regata
surrada
pele negra feito barro
corria pela grama
empinando a pipa

A pipa
sorria
tinha a menina no colo
a pipa era papagaio
era a flor rosa em meio a outono de maio

A pipa jamais esquecida
permaneceu guardada
em meio ao pó das lembranças de ouro
duma boneca
engraxada

acontece

Escrevia eu
Um poema sustendado de rimas e dilemas
quando escuto um barulho na cozinha

senti medo
seriam as perguntas de minhalma
sendo respondidas por um demonio noturno qualquer?

ao adentrar o recinto
vi meu pequeno tiranossauro comida a procurar
"Voce comeu o cheetos?"

Respondo com alivio frustrado que
"Comi amanha compro mais"
volta entao com seu roupao roxo de tiranossauro

ao seu sono desinteressado e indignado
ao lado da ilusao de um drogado acabado
poeta resignado

suspiro

Desta vida de sol quadrado
avisto um holofote
holofote de som forte
que ofusca e assombra
os olhos de minha liberdade

avisto metralhadoras
apontadas a sombras sonhadoras
pesadelos de gente sofrida
que nao teve a verdade ouvida

avisto da vista de minha privada estadia
meu eu invadir pessoalmente
a alma de cada individuo
sentindo a histeria que se segue
numa raiva que se ergue aterradora!
ou num sussurro
que se perde em meio ao patio petrido
escuro e enlamaçado

da alma humana que julga

quarta-feira, 3 de julho de 2013

uma tentativa desesperada

Algo tao desesperado
esses poetas tentam expressar.
Algo que apenas um abraço ou um olhar
pode de fato dizer...

Isso nao é um poema de amor.
um poema de amor meu amor
é um olhar na noite fria no balançar da rede
quando teus olhos fitam a sinceridade dos meus

é quando meu coração
meus braços
minhas pernas
e minha cabeça
gritam!
e quando todas as viceras contidas em minhalma gritam!
quando gritam pelo calor que faz a garganta arder
latejar de tanto gritar o que quer dizer!

é o afago na noite densa
vivendo juntos a vida bebada
que enquanto la fora é sobria
aqui ela passa
intensamente embrigada
estasiada

é a mao que sufoca a garganta
por nao ter versos suficientes nessa galaxia ou em outras quaisquer
para descrever meus olhos marejados de sentimentos

é o agora que vejo
que percebo que se o mundo
entristessesse em um abismo de loucura e solidao
nossa loucura ainda seria sã
e mesmo que se o sol destruido fosse
a lua continuaria nossa irmã

para nos guiar e nos mostrar
o quando ainda temos
a pensar
a andar
a cantar
a viver














a amar

segunda-feira, 1 de julho de 2013

pensaduras

AS VIAGENS QUE HOJE FAZEMOS
SAO POR SONHOS INCONCRETOS
SEM BRILHO
            NEM SABOR

O MUNDO HOJE
É O BAR ESCURO
COM O BEBADO VOLTANDO
COM GARRAFAS DE AMOR VAZIAS
UMA VEZ CHEIAS DE WHISKY

nós
somos
NÓS SOMOS
                          FOTOGRAFIAS EM PRETO SEM BRANCO
OBSERVADOS PELO ORADOR SURDO E MUDO
QUE LAMENTA NA ANGUSTIA DA INEXPRESSAO
A EXPRESSAO EXPRESSA NOS FATOS

MORREMOS DE FOME EM FRENTE A SUCULENTOS PORES DO SOL
EM PAISAGENS VERMELHAS
QUE DE TAO MAL PASSADAS
BANHAM A HUMANIDADE DE SANGUE

ANDAMOS MANCOS COM PERNAS DE MULETA
DESMEMBRADOS QUE ROLAM FELIZES PELA TERRA MORTA
ENQUANTO A GRAMA
QUE DORME AO LADO
SONHA COM A LUA
QUE LHE BANHA
E LHE CURA

A LUA
O HOLOFOTE
O OLHO DO OPOSTO
o escuro
o calmo

sexta-feira, 28 de junho de 2013

só um texto normal

Pedro saiu da escola. Andou o caminho inteiro, o que não era tanto caminho, até sua casa. Andando sentiu o vento em seu rosto. Colocou o nariz dentro de sua blusa, pois era inverno e estava com o nariz congelando. Lembrou que gostava desse tempo. Sol e frio. Era bom. Pedro era normal. Pedro tinha cabelo preto, um cabelo bem normal. Pedro tinha uma altura.... Quanto mais ou menos?... Bem, no fim era uma altura bem normal. Os dentes brilhavam de uma forma normal. Tinha sapatos normais, meio sujos. Tinha uma idade qualquer, uma idade idade o suficiente para estar na escola. Deu um olá para o porteiro. "Olá". Entrou em sua casa... Ah como gostava de sua casa. Nãa o era chique nem nada, era meio escura, toda decorada aos poucos, toda aconchegante. Era uma casa, no fim, bem normal. Estava vazia. Sua mae tinha ido trabalhar. Era normal, toda tarde era assim. Largou a mochila no chao, tirou o cachecol e procurou algo em cima da mesa, pra comer. Ao entrar conseguia ver a cozinha. Abocanhou um biscoito. Encostou sua bunda na mesa e se pos a pensar, saboreando o biscoito. Depois de terminar, percebeu que nao estava realmente com fome. Ele subiu as escadas, e foi para seu quarto. Chegando la fechou a porta, tirou o tenis, deitou-se na cama, pegou uma bolinha de tenis que estava jogada no chao do seu quarto. Observou a comum bola de tenis. A jogou pra cima algumas vezes, a fazia bater no teto e a pegava quando ela voltava. Assim que perdeu a graça, Pedro deixou a bola de lado e se distraiu com um daqueles trequinhos que fazem som quando o vento bate, que sua namorada tinha lhe dado. Qual era o nome daquilo mesmo? Lembranças? É. Ele adorava aquilo. Ai o vento bateu. Ele adorava aquilo. Observou o trequinho mais um tempo. Entao, ele adormeceu. Ele adorava aquilo. Eu tambem.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

nas trilhas do universo

Caminho nesta estrada
Observando os dias
Minhalma dentro de jaula
Te vejo assim tao livre
Despreocupada

Me interesso e te pergunto

Vida pois vida
Viajante anonima
Que alimentos carregas
Em sua mochila azul anil?

Tens ai um prato?
Tens ai comida?
Tens ai, por acaso, num espeto um gato?

Vida minha vida
Revela-me teu sabor!

Vida pois vida
Viajante alegre
Levas em seu cantil
Que tipo de bebida?

Tens ai cerveja?
Uma água qualquer...
Tens ai aguardente?
Tens ai um éter sagrado
Que seja?

Vida minha vida
Revela-me tua fonte!

Vida pois vida
viajante querida
Que segredos carregas
Em sua boca de sorriso astuto?

Tens amor?
Tens piadas?
Lendas
ou historias de guerreiros brutos?

Vida pois vida
Não se vá tao breve!
Saia deste rio!
Não sabes por onde corre?
Leva a cachoeira!
Cachoeira de morte!
Cuida-te vida!

"Nao te preocupas meu amigo!
Sei bem me cuidar
Enquanto andas por ai
Sempre se preocupando
Vivo as almas a tocar!

Nao faço preceitos
Nem penso em meus atos
Sumo num instante
Sem deixar rastros!

Por isso siga a diante!

Nao te esqueces do meu olhar!
Estou sempre por ai
Quero quando me vejas novamente
Venha me cumprimentar!"

Tenho agora em mente
Que a vida nunca mente
Estás em meu caminho
E tambem no teu ninho

Saúde a vida e sempre a tenha
como parceira
Conselheira
Tenha sempre
A vida arteira
             A vida inteira

domingo, 23 de junho de 2013

pior dor

Todos sabem
Que a pior dor
É ter um par de meias secas
Quentes
Subitamente
Encharcadas

Quando o elefante Nino
Ganhou suas meias de porquinho
Ficou todo dançante
e foi dar uma volta

Chegando la fora
se deu conta do tempo úmido
Mas antes que as poças encharcadas
Lagos transbordados
Lhamas cheias d'água
Pudesse notar
Algo aconteceu

entao ele sofreu
Sofreu
Sofreu
Sofreu
E por fim
 Morreu com sua vida encharcada
Dentro de uma poça d'agua
                      Com suas meias
                                                 Molhadas

desabafo, meus queridos

É engraçado como amo a neblina, o que é estranho, já que a neblina esconde o luar. As vezes me pego pensando no futuro, quase em todos os aspectos. A angustia de não me entender ou entender a vida, me esfaqueia. Me apego ao presente, e tenho medo do futuro. Ontem a noite, me disseram que tenho medos demais. Tenho medo mesmo, medo do escuro, medo de perder você, de cair num precipício de solidão, de não ser alguém, apesar de ser eu mesmo e apesar de já estar caindo. Vejo toda essa arte e penso em meu futuro desastre. Mas a partir de hoje, penso que não pensarei mais. Enquanto paro e penso, me esqueço, e o vento leva embora toda essa poesia, historia, livros, musica, imagens, loucuras, conflitos, todos esses também conhecidos como: vida. Me esqueço de perceber essa coisa toda. E essa coisa toda é uma puta piada de mau gosto. Mas ainda assim é uma piada. E é puta e de mau gosto, porque a vida sempre te fode. Te fode como uma puta sado masoquista gostaria de ser fodida. Mas como um velho mendigo que fala inglês, muito sábio alias, me disse um dia desses, se a vida te dá um soco, você levanta e da um tiro. Se ela te da um tiro, você levanta e taca uma bomba. Se ela te taca uma bomba, você levanta com um buraco no peito, constrói um exercito e explode tudo. A questão é que, é todo mundo muito covarde. Fui criado em um mundo covarde. A partir de hoje, eu não serei. Ações espontâneas, sem medo, saem da alma. Faça como e o que você quiser. Ria sempre. Chore sempre. Sempre levante. Sempre bata. Sempre cante. Ah e se a vida te dá limões, faça uma limonada.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

mais um sobre caretices babaquices e da eterna falta do que falar... só mais do mesmo mesmo

Neste noite
Minhas lagrimas nao molham o papel
Nao tenho tinta
Nem uma carta para quem escrever

Nao tenho papel

Tenho este teclado.

Quanta falta de sinceridade...

Nesta noite
Minhas lagrimas sequer caem
Meus olhos doem e as lagrimas estao presas
Sonhando um dia ver a luz da sua irma chuva

Nesta noite
            como em tantas outras
Minhas lagrimas repousam em agonia
Pois nao há motivos o suficiente para chorar
Já cansei.
chorei do mesmo modo
             calado
Por muitas luas

Nao choro pois minha alma se acostumou
A acordar todos os dias com um aperto no peito
A estar num dia de sol
E uma ventania tempestuosa de pedras de gelo e frio
Chegar de repente
         Se acostumou a escutar
No meio da noite ou do dia
A voz tempestuosa da inconsciencia sofredora
gritar no silencio...

Tenho medo de perder a felicidade.

Que me embriaga o coração vez por outra...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

tao inutil

TANTA RAIVA DE MIM MESMO
PODERIA É SUBSTITUIR TODOS OS
TEXTOS
POEMAS
HISTORIAS E FADIGAS ALFABETICAS POR UMA PALAVRA

MALDITA SEJA VOCE E SEUS FILHOS
Ó ALIADA DA MORTE D'ALMA E DOS DEUSES CEGOS

COVARDIA!

nao é tao facil

Preciso viver
Preciso me encontrar
SINTO TANTA ANGUSTIA!

Sinto-me como uma tartaruga
Que se sai de seu casco
É apedrejada e agredida com lanças

Sinto-me acoado
E tenho medo do escuro
A pouca luz que entra
Nao sasseia minha fome de vida

Será o ambiente la fora
Tao vivido e cheio
 de sabedoria e alegria?

Nada tenho a lamentar na segurança de meu casco
Deveria estar contente
     "voce deveria ter é paciencia"

Ao mesmo tempo que caço o futuro
Surpreendo-me com minha vontade reprimida
Pelo ser que me habita
Que me condena

que inibe meu viver

medo

Um quarto escuro me da medo.
Perder voce me dá medo.
Ter tanto medo me dá medo
       medo de nao descobrir

quarta-feira, 19 de junho de 2013

alberto

alberto era Alberto. Mas era alberto pois vivia na vila dos albertos. Na cidade do espelho. alberto voltava um dia para casa, após sair do seu emprego de marceneiro, com as mãos no bolso, andando pela mesma rua que andava todos os dias. alberto tropeçou numa pegada. e só depois de perceber que nao era um buraco percebeu que era uma pegada. então ele olhou para rua. muitas pegadas. todas do tamanho de seu pé. porem todas muito fundas. ao horizonte seguiam as pegadas, horizonte no qual um sol qualquer havia acabado de se por, melancolico pela falta de atenção que recebia. alberto percebeu o ceu e o tempo. observava as pegadas com uma atenção quase que desatenta. "acho que sempre estiveram ai". alberto com suas roupas de alberto continuou seguindo. chegando quase em sua casa, alberto nao percebeu que as pegadas tomavam um rumo diferente. seguiu a trilha, que aparentemente sempre o levou para o mesmo destino. andou mais um tempo. chegou a uma colina onde as pegadas começavam a desaparecer. subindo na colina viu uma luz muito forte. era o sol que estava se pondo no horizonte mais claro. "muita luz...". alberto percebeu sua volta. viu varias arvores. varias cordas. varios corpos. varias forcas. um ser encapuzado, com a face coberta até os olhos, vestido de branco. nao homem tampouco mulher. alberto se arrependeu de nao ser Alberto. alberto apertou a mao da morte. que o recebia com um sorriso convidativo. suspirou. alberto viu o sol se por. o ceu se por. entao alberto se viu por tempo. sem poder ser Alberto. suspirou.

terça-feira, 18 de junho de 2013

vivo

Vida!
Vivo perguntando o que tu és!
Digo agora aos tolos dentro de mim!
Que a vida!
Nada é!

Vida!
Morrem os que dizem!
Que nada és!
Por isso digo aos incredulos dentro de mim!
Que a vida!
Tudo é!

Vida!
amante unica
dos que
          vêm
                 escutam
           riem
                  e cantam

99835yrfa8

Sento-me nesta cadeira
Sem ter o que escrever
Meus dedos pensam desesperados na ânsia de expressar os sentimentos
Sinto cansaço
Sinto os olhos fechando
Sinto o mundo acabando
Nada.

maldita falta
Do que escrever
Tanta   falta
Que escrevo mais um cliche
    dos milhoes existentes

sobre a    falta
Do que escrever

Ceu sem sol
Ceu sem
nuvens

Papel sem caneta
Sem desenho

Papel frio
Sem dobras
Nem rasgos
Nem cor
Nem sabor

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Alguma historia

Fecho os olhos. Escuto a criatividade. Ela silencia. A guitarra soa aguda no tédio noturno.

- Tec.

Criatividade é voce?

- Tec.

Sinto um calafrio. Da nuca até o dedao do pé. Quem seria essa hora?

A musica acaba mas nao noto.

Olho pela janela.
 
Um urso me olha parado. Sinto que devia ir com ele. Sinto medo tambem. Sinto o frio da noite em meu rosto. Minha camiseta preta surrada congela em meio a tanto frio. Continuo olhando para a criatura que me encara com um olhar convidativo. Ele sente os dedos cheios de grama e verde. Os mexe de forma ordenada. Primeiro o dedao. Depois o outro do lado. E assim o ultimo. E entao a ordem invertida no outro pé. Nao era um urso comum. Me olhava com a cabeça meio inclinada para esquerda, em pé. Meu quarto do segundo andar me garantia um pouco de segurança, seja la o perigo que o urso me representava.

Olho para o grande urso marron claro, que me encara.
Olho para a cama com o computador e o contra baixo jogados, todo o quarto meio muito desarrumado.
Decido descer.

"Pule" é o que diz o pensamento em minha mente. O urso me diz "pule". Nao tinha uma voz de urso. Era apenas uma voz. Nao dou ouvidos a ele. Abro a porta do meu quarto. Nao há passagem. Encontro no lugar de uma vista para um corredor escuro uma parede de tijolos. O quarto fica mais escuro quando escuto "Pule" e ignoro a voz. Começo a ter mais medo de ficar no quarto, e pulo a janela. Um baque surdo. O urso nao me segurou. Estou bem. Pura sorte. Ainda nao quero voltar pra casa. O urso me pega pelo braço e passamos pela grade do condominio sem problemas. Parece que emagreci um pouco nas ultimas horas. A neblina é densa. Vejo o urso caminhando para a direita. A neblina é densa. Logo o perco de vista. A neblina  é densa. Olho para a esquerda e vejo apenas a luz dum poste, continuação da grade do condominio. Devo voltar? Qual é a do urso? A neblina é tao densa, que parece queijo branco. Sinto como se pudesse cortar um pedaço ou simplesmente dar uma dentada no ar. Sinto medo. E frio. Chamo pelo urso:

- Olá..!

Nada. Ele volta e me pega pelo braço. Sem força, apenas com determinação. Sinto suas garras. Parecem bem reais pra mim. Decido nao arriscar.

Andamos alguns segundos e vejo um carro estacionado. Um cadilacc conversivel laranja com aquelas pinturas metalicas dos anos 80, daquelas que o carro parece brilhar. O urso me larga e entra pela porta da frente.

- Voce vem? - Disse o urso.

- Pra on..

- Voce vem ou nao?

Entro no carro. Que sonho maluco eu estou tendo. Que bom que nao vou lembrar de nada amanha. Se eu lembrar melhor ainda. Assim posso escrever algo sobre isso. Sinto que posso ligar o radio do urso. Ligo só pra ver sua reação. Ele olha de relance o radio. Mas nao se move. Olhos fixos na estrada. No carro nao estava frio, apesar de ser conversivel. Nada toca no radio. Chiado. O clima estava realmente tenso. Chiado. Decido falar algo pra quebrar o gelo. Chiado. Da minha boca nao sai nada. Apenas chiado. Chiado. O urso nota e desliga o radio, calmo, enquanto eu morro de desespero.

- Nao da pra ficar queto? Ja estamos chegando.

Nao reconheço mais a vizinhança. Nada me é familiar. Penso que estou louco. Ou sonhando. Penso tambem que a diferença entre os dois é minima. Ou inexistente. Nao me fiz pensar mais sobre isso e ignoro. Neblina. A rua continua igual. Igual por nao conseguir ver nada. Porem igual. Penso até hoje nela como igual o caminho inteiro. E no fim ela ainda deve ser igual. Enfim. Chegamos ao destino. Destino aquele que parecia ser aqueles velhos postos de gasolina de filmes de terror. Mas nao era um posto. Tampouco um filme de terror. Porem o lugar caia aos pedaços e tinha um cheiro forte de merda. Mas nao consegui sentir direito. "Venha" disse o urso. Entramos no lugar. Mesas de sinuca destruidas. Parecia ser um bar. Palco para apresentações de Pole dance destruido. Roupas caidas ao chao. Um palhaço me observava do alto. Sempre tem que ter um palhaço. Continuo andando com o urso. Sou um cara muito medroso, porem o lugar la dentro nao me amendrontou tanto. Parecia um cenario de livros de distopias. Eu estava acostumado com essa impressao de estar tudo errado. Sentia sede de mais insanidade. O urso entra no banheiro do que imagino até hoje ser os restos de um bar. Entro em seguida. O banheiro está aos pedaços como o resto do lugar. O espelho quebrado. No centro, há uma mesa redonda. 3 cadeiras, 3 pessoas com a cabeça abaixada. Uma cadeira vazia. Pareciam estar dormindo. Ou esperando. O banheiro era escuro, e alguma luz entrava da janela do banheiro. A mesma refletia no espelho. Nao conseguia ver o rosto dos individuos. Todos com mascaras. De animais talvez. Um eu tinha a certeza de ser um jacaré. O urso me senta na cadeira e diz

- Ele está pronto.

Os tres sorriem de uma maneira macabra, um sorriso amarelo, com a cabeça abaixada. Começam a erguer a cabeça. Tremo até hoje diante da imagem dos olhos amarelos.

domingo, 9 de junho de 2013

musica

Esse ritmo pagao!
Esse ritmo africano!
Esse ritmo selvagem cheio de bongos e chocalhos!

Expulsa de mim a angustia o medo e a solidao!
Com força voraz
Pela porta da frente do coração!

nada

O vento sopra propicio
Para uma festa na floresta.
Propicio para mim pelo menos
Para as pessoas de almas sem fogo de fogueira

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Aquela mesma mesmice

Decidi que
Nao posso mais escrever.

Nao viajei por lugares suficientes.
Meus pés nao sangraram na estrada da fome
Nao mendiguei ou suei por minha satisfação
Nao sofri.

Nao visitei um templo chines
Nao escutei parabolas de monges chineses mais sabios que mil ministros presidentes
Padres pastores ou livros
Nao passei frio nas montanhas geladas do himalaia
Nao ouvi.

Nao refleti o suficiente
Sobre aquele livro daquele amigo
Que continha poemas antigos
Que descreviam a dor dos poetas mais doidos
Nao li.

Nao conheci donzelas o bastante
Que me fizessem sofrer em noites frias
Esperando o calor das lareiras de seus corações
Que outrora foram tao acolhedores.
Nao amei.

Nao refleti pores do sol o suficiente
Para saber o que há acima das nuvens
Além do ceu e das estrelas
Se é que há algo alem das estrelas
           tao belas as estrelas...

Para escrever a vida
É preciso viver.
Vivo enquanto quando escrevo.

Minha falta de vida me condena.

Como sair deste eterno paradoxo
Inexoravel com vocabulario limitado
Sem ter vivido
O dia de amanha?

quarta-feira, 5 de junho de 2013

sem titulo

Acho que o destino de alguns
É ser tao poetico dentro de suas vidas breves, solitarias
    confusas....
Que apenas quem observa
Os verá realmente

sociedade cinica

ME DÃO SORRISOS!
lhes jogo bosta

ME JOGAM BOSTA!

Nada de voces
   importa

domingo, 2 de junho de 2013

SEM TITULO

Burocracia demais
Papel aqui
Papel la

Tinta preta
Tinta preta

Tinta azul...

Tinha azul
Tinha

SEJA assim.

SE IMPORTE comigo.

Assim.

ASSINE aqui por favor


Nao NAO, do jeito que acontece NAO.
Do jeito que ta no contrato.

PARA de escrever
Olha pra mim
Chega

POR QUE
VOCE NAO OLHA
PRAS FLORES

flores nao me dao

estou tao cega

nao me vire as costas

OLHE
PRAS
FLORES

OLHE
PRA
FRENTE

olhe pra mim oras!

Isso.
Assine aqui por favor.

E ja no escuro.
Paira a escuridao do ser nao ser compreendido.

Sem um titulo qualquer pra dizer que dei um titulo

Ah mas que bonita a vista da janela...
Mas puxa...
é a vista da janela nao minha...
Quem dera sentir o vento que balança aquelas arvores em meu rosto
Pular por entre os telhados dos predios altos que me atrapalham os olhos feito grilo ou gafanhoto
Passar correndo por entre aquelas cortinas
Tirar um lençol estendido daqueles varais só para sentir 
liberdade
Ah mas que vontade!
Que vontade de tirar os sapatos que me apertam criar asas e voar
voar e sentir!
e nao perder um segundo da vida
Que hoje é ocupada por causas perdidas
Nao vivida por desculpas esfarrapadas e roupas apertadas...
Ah mas que vontade de correr entre as arvores
Comer frutos conversar com viajantes e aprender uma lingua indigena...
Ah que vontade de colocar as maos nos bolsos sorrir andar e viver
viver voando!
Mas percebo que continuo olhando a janela...
E espero...
Espero como um tolo
Como nada como ninguem ou como todos
Pois basta abrir a janela e fazer da vida vista
a vida vivida...

Para ser sussurrado

A garota com olhos de estrela
Me olhava com certeza mortal
E duvida infinita

A garota com olhos de estrela
Tinha cor de aurora
Com detalhes em castanho cor de carvalho

A garota com olhos de estrela
Tinha coração de praia
Alma de floresta
E poesia no olhar

A garota com olhos de estrela
Tinha frio de polo norte
E um calor tropical
Enigmas e mais enigmas
Piramides do egito
E montanhas do nepal

O garoto era branco papel.
Nao sabia o que queria
Por isso era vazio.

Entao ela chegou
E o encheu de cor

E de vida
Ainda havia detalhes em branco
Sendo preenchidos aos poucos com castanho esverdeado
Com um cheiro de relva
De orvalho

Mas que gosto de vida
Nao sei o que lhe falta
O garoto branco
Tinha olhos para a garota
Que tinha olhos de estrela

Ambos.

Viveram.

tambem nao tem um titulo

Nao sei de caetano
Sei nem pouco de bossa nova
Nao sei quem nem como sou
Tampouco entendo elis

Nao sei de filmes classicos
Nem peças de teatro
Nenhum poema batido
Nem de algum quadro famoso
Obras de arte nao conheço

Sao nas palavras
Que estremeço

Queria saber.
Alias
Melhor nao.

Nao entendo desta arte toda
Nao entendo dessa nessa vida pouca

E como um lapis rabiscando sem ponta nem papel
Vago por ai
Sem desenho nem imaginação
Rabiscando aqui e acolá
As palavras do meu coração