sexta-feira, 28 de junho de 2013

só um texto normal

Pedro saiu da escola. Andou o caminho inteiro, o que não era tanto caminho, até sua casa. Andando sentiu o vento em seu rosto. Colocou o nariz dentro de sua blusa, pois era inverno e estava com o nariz congelando. Lembrou que gostava desse tempo. Sol e frio. Era bom. Pedro era normal. Pedro tinha cabelo preto, um cabelo bem normal. Pedro tinha uma altura.... Quanto mais ou menos?... Bem, no fim era uma altura bem normal. Os dentes brilhavam de uma forma normal. Tinha sapatos normais, meio sujos. Tinha uma idade qualquer, uma idade idade o suficiente para estar na escola. Deu um olá para o porteiro. "Olá". Entrou em sua casa... Ah como gostava de sua casa. Nãa o era chique nem nada, era meio escura, toda decorada aos poucos, toda aconchegante. Era uma casa, no fim, bem normal. Estava vazia. Sua mae tinha ido trabalhar. Era normal, toda tarde era assim. Largou a mochila no chao, tirou o cachecol e procurou algo em cima da mesa, pra comer. Ao entrar conseguia ver a cozinha. Abocanhou um biscoito. Encostou sua bunda na mesa e se pos a pensar, saboreando o biscoito. Depois de terminar, percebeu que nao estava realmente com fome. Ele subiu as escadas, e foi para seu quarto. Chegando la fechou a porta, tirou o tenis, deitou-se na cama, pegou uma bolinha de tenis que estava jogada no chao do seu quarto. Observou a comum bola de tenis. A jogou pra cima algumas vezes, a fazia bater no teto e a pegava quando ela voltava. Assim que perdeu a graça, Pedro deixou a bola de lado e se distraiu com um daqueles trequinhos que fazem som quando o vento bate, que sua namorada tinha lhe dado. Qual era o nome daquilo mesmo? Lembranças? É. Ele adorava aquilo. Ai o vento bateu. Ele adorava aquilo. Observou o trequinho mais um tempo. Entao, ele adormeceu. Ele adorava aquilo. Eu tambem.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

nas trilhas do universo

Caminho nesta estrada
Observando os dias
Minhalma dentro de jaula
Te vejo assim tao livre
Despreocupada

Me interesso e te pergunto

Vida pois vida
Viajante anonima
Que alimentos carregas
Em sua mochila azul anil?

Tens ai um prato?
Tens ai comida?
Tens ai, por acaso, num espeto um gato?

Vida minha vida
Revela-me teu sabor!

Vida pois vida
Viajante alegre
Levas em seu cantil
Que tipo de bebida?

Tens ai cerveja?
Uma água qualquer...
Tens ai aguardente?
Tens ai um éter sagrado
Que seja?

Vida minha vida
Revela-me tua fonte!

Vida pois vida
viajante querida
Que segredos carregas
Em sua boca de sorriso astuto?

Tens amor?
Tens piadas?
Lendas
ou historias de guerreiros brutos?

Vida pois vida
Não se vá tao breve!
Saia deste rio!
Não sabes por onde corre?
Leva a cachoeira!
Cachoeira de morte!
Cuida-te vida!

"Nao te preocupas meu amigo!
Sei bem me cuidar
Enquanto andas por ai
Sempre se preocupando
Vivo as almas a tocar!

Nao faço preceitos
Nem penso em meus atos
Sumo num instante
Sem deixar rastros!

Por isso siga a diante!

Nao te esqueces do meu olhar!
Estou sempre por ai
Quero quando me vejas novamente
Venha me cumprimentar!"

Tenho agora em mente
Que a vida nunca mente
Estás em meu caminho
E tambem no teu ninho

Saúde a vida e sempre a tenha
como parceira
Conselheira
Tenha sempre
A vida arteira
             A vida inteira

domingo, 23 de junho de 2013

pior dor

Todos sabem
Que a pior dor
É ter um par de meias secas
Quentes
Subitamente
Encharcadas

Quando o elefante Nino
Ganhou suas meias de porquinho
Ficou todo dançante
e foi dar uma volta

Chegando la fora
se deu conta do tempo úmido
Mas antes que as poças encharcadas
Lagos transbordados
Lhamas cheias d'água
Pudesse notar
Algo aconteceu

entao ele sofreu
Sofreu
Sofreu
Sofreu
E por fim
 Morreu com sua vida encharcada
Dentro de uma poça d'agua
                      Com suas meias
                                                 Molhadas

desabafo, meus queridos

É engraçado como amo a neblina, o que é estranho, já que a neblina esconde o luar. As vezes me pego pensando no futuro, quase em todos os aspectos. A angustia de não me entender ou entender a vida, me esfaqueia. Me apego ao presente, e tenho medo do futuro. Ontem a noite, me disseram que tenho medos demais. Tenho medo mesmo, medo do escuro, medo de perder você, de cair num precipício de solidão, de não ser alguém, apesar de ser eu mesmo e apesar de já estar caindo. Vejo toda essa arte e penso em meu futuro desastre. Mas a partir de hoje, penso que não pensarei mais. Enquanto paro e penso, me esqueço, e o vento leva embora toda essa poesia, historia, livros, musica, imagens, loucuras, conflitos, todos esses também conhecidos como: vida. Me esqueço de perceber essa coisa toda. E essa coisa toda é uma puta piada de mau gosto. Mas ainda assim é uma piada. E é puta e de mau gosto, porque a vida sempre te fode. Te fode como uma puta sado masoquista gostaria de ser fodida. Mas como um velho mendigo que fala inglês, muito sábio alias, me disse um dia desses, se a vida te dá um soco, você levanta e da um tiro. Se ela te da um tiro, você levanta e taca uma bomba. Se ela te taca uma bomba, você levanta com um buraco no peito, constrói um exercito e explode tudo. A questão é que, é todo mundo muito covarde. Fui criado em um mundo covarde. A partir de hoje, eu não serei. Ações espontâneas, sem medo, saem da alma. Faça como e o que você quiser. Ria sempre. Chore sempre. Sempre levante. Sempre bata. Sempre cante. Ah e se a vida te dá limões, faça uma limonada.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

mais um sobre caretices babaquices e da eterna falta do que falar... só mais do mesmo mesmo

Neste noite
Minhas lagrimas nao molham o papel
Nao tenho tinta
Nem uma carta para quem escrever

Nao tenho papel

Tenho este teclado.

Quanta falta de sinceridade...

Nesta noite
Minhas lagrimas sequer caem
Meus olhos doem e as lagrimas estao presas
Sonhando um dia ver a luz da sua irma chuva

Nesta noite
            como em tantas outras
Minhas lagrimas repousam em agonia
Pois nao há motivos o suficiente para chorar
Já cansei.
chorei do mesmo modo
             calado
Por muitas luas

Nao choro pois minha alma se acostumou
A acordar todos os dias com um aperto no peito
A estar num dia de sol
E uma ventania tempestuosa de pedras de gelo e frio
Chegar de repente
         Se acostumou a escutar
No meio da noite ou do dia
A voz tempestuosa da inconsciencia sofredora
gritar no silencio...

Tenho medo de perder a felicidade.

Que me embriaga o coração vez por outra...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

tao inutil

TANTA RAIVA DE MIM MESMO
PODERIA É SUBSTITUIR TODOS OS
TEXTOS
POEMAS
HISTORIAS E FADIGAS ALFABETICAS POR UMA PALAVRA

MALDITA SEJA VOCE E SEUS FILHOS
Ó ALIADA DA MORTE D'ALMA E DOS DEUSES CEGOS

COVARDIA!

nao é tao facil

Preciso viver
Preciso me encontrar
SINTO TANTA ANGUSTIA!

Sinto-me como uma tartaruga
Que se sai de seu casco
É apedrejada e agredida com lanças

Sinto-me acoado
E tenho medo do escuro
A pouca luz que entra
Nao sasseia minha fome de vida

Será o ambiente la fora
Tao vivido e cheio
 de sabedoria e alegria?

Nada tenho a lamentar na segurança de meu casco
Deveria estar contente
     "voce deveria ter é paciencia"

Ao mesmo tempo que caço o futuro
Surpreendo-me com minha vontade reprimida
Pelo ser que me habita
Que me condena

que inibe meu viver

medo

Um quarto escuro me da medo.
Perder voce me dá medo.
Ter tanto medo me dá medo
       medo de nao descobrir

quarta-feira, 19 de junho de 2013

alberto

alberto era Alberto. Mas era alberto pois vivia na vila dos albertos. Na cidade do espelho. alberto voltava um dia para casa, após sair do seu emprego de marceneiro, com as mãos no bolso, andando pela mesma rua que andava todos os dias. alberto tropeçou numa pegada. e só depois de perceber que nao era um buraco percebeu que era uma pegada. então ele olhou para rua. muitas pegadas. todas do tamanho de seu pé. porem todas muito fundas. ao horizonte seguiam as pegadas, horizonte no qual um sol qualquer havia acabado de se por, melancolico pela falta de atenção que recebia. alberto percebeu o ceu e o tempo. observava as pegadas com uma atenção quase que desatenta. "acho que sempre estiveram ai". alberto com suas roupas de alberto continuou seguindo. chegando quase em sua casa, alberto nao percebeu que as pegadas tomavam um rumo diferente. seguiu a trilha, que aparentemente sempre o levou para o mesmo destino. andou mais um tempo. chegou a uma colina onde as pegadas começavam a desaparecer. subindo na colina viu uma luz muito forte. era o sol que estava se pondo no horizonte mais claro. "muita luz...". alberto percebeu sua volta. viu varias arvores. varias cordas. varios corpos. varias forcas. um ser encapuzado, com a face coberta até os olhos, vestido de branco. nao homem tampouco mulher. alberto se arrependeu de nao ser Alberto. alberto apertou a mao da morte. que o recebia com um sorriso convidativo. suspirou. alberto viu o sol se por. o ceu se por. entao alberto se viu por tempo. sem poder ser Alberto. suspirou.

terça-feira, 18 de junho de 2013

vivo

Vida!
Vivo perguntando o que tu és!
Digo agora aos tolos dentro de mim!
Que a vida!
Nada é!

Vida!
Morrem os que dizem!
Que nada és!
Por isso digo aos incredulos dentro de mim!
Que a vida!
Tudo é!

Vida!
amante unica
dos que
          vêm
                 escutam
           riem
                  e cantam

99835yrfa8

Sento-me nesta cadeira
Sem ter o que escrever
Meus dedos pensam desesperados na ânsia de expressar os sentimentos
Sinto cansaço
Sinto os olhos fechando
Sinto o mundo acabando
Nada.

maldita falta
Do que escrever
Tanta   falta
Que escrevo mais um cliche
    dos milhoes existentes

sobre a    falta
Do que escrever

Ceu sem sol
Ceu sem
nuvens

Papel sem caneta
Sem desenho

Papel frio
Sem dobras
Nem rasgos
Nem cor
Nem sabor

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Alguma historia

Fecho os olhos. Escuto a criatividade. Ela silencia. A guitarra soa aguda no tédio noturno.

- Tec.

Criatividade é voce?

- Tec.

Sinto um calafrio. Da nuca até o dedao do pé. Quem seria essa hora?

A musica acaba mas nao noto.

Olho pela janela.
 
Um urso me olha parado. Sinto que devia ir com ele. Sinto medo tambem. Sinto o frio da noite em meu rosto. Minha camiseta preta surrada congela em meio a tanto frio. Continuo olhando para a criatura que me encara com um olhar convidativo. Ele sente os dedos cheios de grama e verde. Os mexe de forma ordenada. Primeiro o dedao. Depois o outro do lado. E assim o ultimo. E entao a ordem invertida no outro pé. Nao era um urso comum. Me olhava com a cabeça meio inclinada para esquerda, em pé. Meu quarto do segundo andar me garantia um pouco de segurança, seja la o perigo que o urso me representava.

Olho para o grande urso marron claro, que me encara.
Olho para a cama com o computador e o contra baixo jogados, todo o quarto meio muito desarrumado.
Decido descer.

"Pule" é o que diz o pensamento em minha mente. O urso me diz "pule". Nao tinha uma voz de urso. Era apenas uma voz. Nao dou ouvidos a ele. Abro a porta do meu quarto. Nao há passagem. Encontro no lugar de uma vista para um corredor escuro uma parede de tijolos. O quarto fica mais escuro quando escuto "Pule" e ignoro a voz. Começo a ter mais medo de ficar no quarto, e pulo a janela. Um baque surdo. O urso nao me segurou. Estou bem. Pura sorte. Ainda nao quero voltar pra casa. O urso me pega pelo braço e passamos pela grade do condominio sem problemas. Parece que emagreci um pouco nas ultimas horas. A neblina é densa. Vejo o urso caminhando para a direita. A neblina é densa. Logo o perco de vista. A neblina  é densa. Olho para a esquerda e vejo apenas a luz dum poste, continuação da grade do condominio. Devo voltar? Qual é a do urso? A neblina é tao densa, que parece queijo branco. Sinto como se pudesse cortar um pedaço ou simplesmente dar uma dentada no ar. Sinto medo. E frio. Chamo pelo urso:

- Olá..!

Nada. Ele volta e me pega pelo braço. Sem força, apenas com determinação. Sinto suas garras. Parecem bem reais pra mim. Decido nao arriscar.

Andamos alguns segundos e vejo um carro estacionado. Um cadilacc conversivel laranja com aquelas pinturas metalicas dos anos 80, daquelas que o carro parece brilhar. O urso me larga e entra pela porta da frente.

- Voce vem? - Disse o urso.

- Pra on..

- Voce vem ou nao?

Entro no carro. Que sonho maluco eu estou tendo. Que bom que nao vou lembrar de nada amanha. Se eu lembrar melhor ainda. Assim posso escrever algo sobre isso. Sinto que posso ligar o radio do urso. Ligo só pra ver sua reação. Ele olha de relance o radio. Mas nao se move. Olhos fixos na estrada. No carro nao estava frio, apesar de ser conversivel. Nada toca no radio. Chiado. O clima estava realmente tenso. Chiado. Decido falar algo pra quebrar o gelo. Chiado. Da minha boca nao sai nada. Apenas chiado. Chiado. O urso nota e desliga o radio, calmo, enquanto eu morro de desespero.

- Nao da pra ficar queto? Ja estamos chegando.

Nao reconheço mais a vizinhança. Nada me é familiar. Penso que estou louco. Ou sonhando. Penso tambem que a diferença entre os dois é minima. Ou inexistente. Nao me fiz pensar mais sobre isso e ignoro. Neblina. A rua continua igual. Igual por nao conseguir ver nada. Porem igual. Penso até hoje nela como igual o caminho inteiro. E no fim ela ainda deve ser igual. Enfim. Chegamos ao destino. Destino aquele que parecia ser aqueles velhos postos de gasolina de filmes de terror. Mas nao era um posto. Tampouco um filme de terror. Porem o lugar caia aos pedaços e tinha um cheiro forte de merda. Mas nao consegui sentir direito. "Venha" disse o urso. Entramos no lugar. Mesas de sinuca destruidas. Parecia ser um bar. Palco para apresentações de Pole dance destruido. Roupas caidas ao chao. Um palhaço me observava do alto. Sempre tem que ter um palhaço. Continuo andando com o urso. Sou um cara muito medroso, porem o lugar la dentro nao me amendrontou tanto. Parecia um cenario de livros de distopias. Eu estava acostumado com essa impressao de estar tudo errado. Sentia sede de mais insanidade. O urso entra no banheiro do que imagino até hoje ser os restos de um bar. Entro em seguida. O banheiro está aos pedaços como o resto do lugar. O espelho quebrado. No centro, há uma mesa redonda. 3 cadeiras, 3 pessoas com a cabeça abaixada. Uma cadeira vazia. Pareciam estar dormindo. Ou esperando. O banheiro era escuro, e alguma luz entrava da janela do banheiro. A mesma refletia no espelho. Nao conseguia ver o rosto dos individuos. Todos com mascaras. De animais talvez. Um eu tinha a certeza de ser um jacaré. O urso me senta na cadeira e diz

- Ele está pronto.

Os tres sorriem de uma maneira macabra, um sorriso amarelo, com a cabeça abaixada. Começam a erguer a cabeça. Tremo até hoje diante da imagem dos olhos amarelos.

domingo, 9 de junho de 2013

musica

Esse ritmo pagao!
Esse ritmo africano!
Esse ritmo selvagem cheio de bongos e chocalhos!

Expulsa de mim a angustia o medo e a solidao!
Com força voraz
Pela porta da frente do coração!

nada

O vento sopra propicio
Para uma festa na floresta.
Propicio para mim pelo menos
Para as pessoas de almas sem fogo de fogueira

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Aquela mesma mesmice

Decidi que
Nao posso mais escrever.

Nao viajei por lugares suficientes.
Meus pés nao sangraram na estrada da fome
Nao mendiguei ou suei por minha satisfação
Nao sofri.

Nao visitei um templo chines
Nao escutei parabolas de monges chineses mais sabios que mil ministros presidentes
Padres pastores ou livros
Nao passei frio nas montanhas geladas do himalaia
Nao ouvi.

Nao refleti o suficiente
Sobre aquele livro daquele amigo
Que continha poemas antigos
Que descreviam a dor dos poetas mais doidos
Nao li.

Nao conheci donzelas o bastante
Que me fizessem sofrer em noites frias
Esperando o calor das lareiras de seus corações
Que outrora foram tao acolhedores.
Nao amei.

Nao refleti pores do sol o suficiente
Para saber o que há acima das nuvens
Além do ceu e das estrelas
Se é que há algo alem das estrelas
           tao belas as estrelas...

Para escrever a vida
É preciso viver.
Vivo enquanto quando escrevo.

Minha falta de vida me condena.

Como sair deste eterno paradoxo
Inexoravel com vocabulario limitado
Sem ter vivido
O dia de amanha?

quarta-feira, 5 de junho de 2013

sem titulo

Acho que o destino de alguns
É ser tao poetico dentro de suas vidas breves, solitarias
    confusas....
Que apenas quem observa
Os verá realmente

sociedade cinica

ME DÃO SORRISOS!
lhes jogo bosta

ME JOGAM BOSTA!

Nada de voces
   importa

domingo, 2 de junho de 2013

SEM TITULO

Burocracia demais
Papel aqui
Papel la

Tinta preta
Tinta preta

Tinta azul...

Tinha azul
Tinha

SEJA assim.

SE IMPORTE comigo.

Assim.

ASSINE aqui por favor


Nao NAO, do jeito que acontece NAO.
Do jeito que ta no contrato.

PARA de escrever
Olha pra mim
Chega

POR QUE
VOCE NAO OLHA
PRAS FLORES

flores nao me dao

estou tao cega

nao me vire as costas

OLHE
PRAS
FLORES

OLHE
PRA
FRENTE

olhe pra mim oras!

Isso.
Assine aqui por favor.

E ja no escuro.
Paira a escuridao do ser nao ser compreendido.

Sem um titulo qualquer pra dizer que dei um titulo

Ah mas que bonita a vista da janela...
Mas puxa...
é a vista da janela nao minha...
Quem dera sentir o vento que balança aquelas arvores em meu rosto
Pular por entre os telhados dos predios altos que me atrapalham os olhos feito grilo ou gafanhoto
Passar correndo por entre aquelas cortinas
Tirar um lençol estendido daqueles varais só para sentir 
liberdade
Ah mas que vontade!
Que vontade de tirar os sapatos que me apertam criar asas e voar
voar e sentir!
e nao perder um segundo da vida
Que hoje é ocupada por causas perdidas
Nao vivida por desculpas esfarrapadas e roupas apertadas...
Ah mas que vontade de correr entre as arvores
Comer frutos conversar com viajantes e aprender uma lingua indigena...
Ah que vontade de colocar as maos nos bolsos sorrir andar e viver
viver voando!
Mas percebo que continuo olhando a janela...
E espero...
Espero como um tolo
Como nada como ninguem ou como todos
Pois basta abrir a janela e fazer da vida vista
a vida vivida...

Para ser sussurrado

A garota com olhos de estrela
Me olhava com certeza mortal
E duvida infinita

A garota com olhos de estrela
Tinha cor de aurora
Com detalhes em castanho cor de carvalho

A garota com olhos de estrela
Tinha coração de praia
Alma de floresta
E poesia no olhar

A garota com olhos de estrela
Tinha frio de polo norte
E um calor tropical
Enigmas e mais enigmas
Piramides do egito
E montanhas do nepal

O garoto era branco papel.
Nao sabia o que queria
Por isso era vazio.

Entao ela chegou
E o encheu de cor

E de vida
Ainda havia detalhes em branco
Sendo preenchidos aos poucos com castanho esverdeado
Com um cheiro de relva
De orvalho

Mas que gosto de vida
Nao sei o que lhe falta
O garoto branco
Tinha olhos para a garota
Que tinha olhos de estrela

Ambos.

Viveram.

tambem nao tem um titulo

Nao sei de caetano
Sei nem pouco de bossa nova
Nao sei quem nem como sou
Tampouco entendo elis

Nao sei de filmes classicos
Nem peças de teatro
Nenhum poema batido
Nem de algum quadro famoso
Obras de arte nao conheço

Sao nas palavras
Que estremeço

Queria saber.
Alias
Melhor nao.

Nao entendo desta arte toda
Nao entendo dessa nessa vida pouca

E como um lapis rabiscando sem ponta nem papel
Vago por ai
Sem desenho nem imaginação
Rabiscando aqui e acolá
As palavras do meu coração