domingo, 14 de julho de 2013

sem titulo

Das olheiras negras de meus olhos
A gordura eterea emana
enquanto meu corpo derrete
em puro extase bucolico

mergulho em um mar de palavras
algumas dilacerantes como espadas
outras suaves como um beijo
seu beijo...

ainda assim procuro.

procuro cansado de pernas largas largadas 
 presas em preceitos
        sujeitos
desvencilhando algum preconceito...
procuro o x do mapa
a caça amoitada com

minha bengala de falta de sensatez
companheira amada
que me guia
em que tenho minha esperança dividida...

dividida entre a incerteza da fragilidade de minhas entranhas
dividida entre o afago vivido que me acaricia a face todos os dias
dividida entre a tentação de cair em um precipicio de mesmice
e dividida entre inspiração que sustenta a vida

inspiração que anda pelas guerras
conflitos estradas 
mares e florestas
guiando sempre o cego pobre cego
de maneira cruel
pela intensidade

do olhar

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A menina e sua pipa

A menina e sua pipa
tinham uma historia juntas
pois os 7 mares ja desbravaram
e foram pirata e papagaio

A menina e sua pipa
dormiam juntas
pois no escuro sonhavam
com suas longas e coloridas fitas

A menina
de pés descalços
camiseta regata
surrada
pele negra feito barro
corria pela grama
empinando a pipa

A pipa
sorria
tinha a menina no colo
a pipa era papagaio
era a flor rosa em meio a outono de maio

A pipa jamais esquecida
permaneceu guardada
em meio ao pó das lembranças de ouro
duma boneca
engraxada

acontece

Escrevia eu
Um poema sustendado de rimas e dilemas
quando escuto um barulho na cozinha

senti medo
seriam as perguntas de minhalma
sendo respondidas por um demonio noturno qualquer?

ao adentrar o recinto
vi meu pequeno tiranossauro comida a procurar
"Voce comeu o cheetos?"

Respondo com alivio frustrado que
"Comi amanha compro mais"
volta entao com seu roupao roxo de tiranossauro

ao seu sono desinteressado e indignado
ao lado da ilusao de um drogado acabado
poeta resignado

suspiro

Desta vida de sol quadrado
avisto um holofote
holofote de som forte
que ofusca e assombra
os olhos de minha liberdade

avisto metralhadoras
apontadas a sombras sonhadoras
pesadelos de gente sofrida
que nao teve a verdade ouvida

avisto da vista de minha privada estadia
meu eu invadir pessoalmente
a alma de cada individuo
sentindo a histeria que se segue
numa raiva que se ergue aterradora!
ou num sussurro
que se perde em meio ao patio petrido
escuro e enlamaçado

da alma humana que julga

quarta-feira, 3 de julho de 2013

uma tentativa desesperada

Algo tao desesperado
esses poetas tentam expressar.
Algo que apenas um abraço ou um olhar
pode de fato dizer...

Isso nao é um poema de amor.
um poema de amor meu amor
é um olhar na noite fria no balançar da rede
quando teus olhos fitam a sinceridade dos meus

é quando meu coração
meus braços
minhas pernas
e minha cabeça
gritam!
e quando todas as viceras contidas em minhalma gritam!
quando gritam pelo calor que faz a garganta arder
latejar de tanto gritar o que quer dizer!

é o afago na noite densa
vivendo juntos a vida bebada
que enquanto la fora é sobria
aqui ela passa
intensamente embrigada
estasiada

é a mao que sufoca a garganta
por nao ter versos suficientes nessa galaxia ou em outras quaisquer
para descrever meus olhos marejados de sentimentos

é o agora que vejo
que percebo que se o mundo
entristessesse em um abismo de loucura e solidao
nossa loucura ainda seria sã
e mesmo que se o sol destruido fosse
a lua continuaria nossa irmã

para nos guiar e nos mostrar
o quando ainda temos
a pensar
a andar
a cantar
a viver














a amar

segunda-feira, 1 de julho de 2013

pensaduras

AS VIAGENS QUE HOJE FAZEMOS
SAO POR SONHOS INCONCRETOS
SEM BRILHO
            NEM SABOR

O MUNDO HOJE
É O BAR ESCURO
COM O BEBADO VOLTANDO
COM GARRAFAS DE AMOR VAZIAS
UMA VEZ CHEIAS DE WHISKY

nós
somos
NÓS SOMOS
                          FOTOGRAFIAS EM PRETO SEM BRANCO
OBSERVADOS PELO ORADOR SURDO E MUDO
QUE LAMENTA NA ANGUSTIA DA INEXPRESSAO
A EXPRESSAO EXPRESSA NOS FATOS

MORREMOS DE FOME EM FRENTE A SUCULENTOS PORES DO SOL
EM PAISAGENS VERMELHAS
QUE DE TAO MAL PASSADAS
BANHAM A HUMANIDADE DE SANGUE

ANDAMOS MANCOS COM PERNAS DE MULETA
DESMEMBRADOS QUE ROLAM FELIZES PELA TERRA MORTA
ENQUANTO A GRAMA
QUE DORME AO LADO
SONHA COM A LUA
QUE LHE BANHA
E LHE CURA

A LUA
O HOLOFOTE
O OLHO DO OPOSTO
o escuro
o calmo