quarta-feira, 20 de maio de 2015

Assombra

é nas cabanas de sombra
sob os tecidos de veludo violeta
que minha criança tem suas primeiras experiencias
(com o calor e a escuridao do inferno.)

é nas cabanas de sombra
sob os tecidos de veludo negro
que jaz o coração gelido de cristal
(pertencente apenas aos que a alma chegou ao beco sem saida.)

é nas cabanas de sombra
sob os tecidos de veludo verde
que surge o primeiro musgo
(e as primeiras enfermidades do espirito.)

a criança nao tem medo.


com inocencia vibrante
marcha em engatinhar lento
até o predador sujo

o sino da peste soa

SOA
E SOA.



entao tudo jaz em inconformidade.

jaz em silencio.


a criança agora implora
a criança agora catatonica
a criança agora teme.



tudo para.

os ventos cessam de soprar
tudo fica inerte em temperatura ambiente
as flores nao sorriem mais
as abelhas junto as formigas tiram uma folga e observam de longe
os animais ja nem mais respiram.


é no limiar da vida
que a criança
ve com os olhos de adulto.

terça-feira, 19 de maio de 2015

A NOITE O UNIVERSO EMANA

O PINGENTE DA VIDA A MATRIZ CONTEMPORANEA ESQUIZOFRENICA EMANA ENERGIA DA FONTE RADIALIZADORA A MAQUINA NAO PODE PARAR NAO FECHE OS OLHOS NAO DESCANSE OS PASSARINHOS JA VEM E SUA VISAO ESTÁ ALEM DO ALCANCE NAO SE PRENDA NAO IMITE NAO HÁ LIMITE SE FITE LONGE NO HORIZONTE TAO BREVE E INALCANÇAVEL TAO PROXIMO EXPLODA EM RODOPIOS ELETRICOS E SUBITAS QUEDAS CADAVERICAS AS ESTRELAS BRILHAM AO TEU LADO JOVEM COMPOSITOR DO ETER

segunda-feira, 18 de maio de 2015

devaneio em espiral

A angustia e a ansiedade sao visiveis em seus gestos tremulos evasivos
agora no terceiro outono
estação jocosa das folhas que caem e voam desprendidas pelos ares
voce nao mais invade pela penetração limpida dos olhos
teus olhos de carvalho vagam
desprendidos como folhas de um outono diferente
e neste terceiro ciclo
todas as outras estações caem
em rodopios infinitos
no abismo cavado com esmero
como folhas desprendidas
em um outono diferente;